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L'Angelica
Serenata per Musica
J O Ã O D E S O U S A C A R V A L H O
(1745-1799)
Pequena Ópera não encenada/versão de câmara.


20/10, 18h
- Lisboa,
ESML
21/10, 15h
- Lisboa,
ESML
22/10, 21:30h - Aveiro, Auditório da Reitoria da Universidade *
23/10, 21:30h - Famalicão, Casa das Artes
25/10, 21:30 - Loulé, Igreja Matriz **
**(XI Encontro de Música Antiga de Loulé)

Composta em 1778 por João de Sousa Carvalho (1745-1799) e baseada num libreto de Pietro Metastasio esta foi a primeira serenata realizada por este compositor ao serviço da corte de D. Maria, por sinal dedicada à sua irmã, Maria Benedita e executada no Palácio Nacional da Ajuda e no Palácio de Queluz. Conta a história de como Angelica jurou o seu amor ao poderoso Orlando para acalmar os seus ciúmes e assim poder fugir com o seu amado Medoro.



CONCERTO CAMPESTRE & QUARTETO ARABESCO

Pedro Castro, direcção artística

Joana Seara, soprano – Angelica
Lídia Viñes Curtis, mezzo – Medoro
Fernando Guimarães, tenor – Orlando
Luísa Tavares, mezzo – Licori
Alexandra Moura, soprano - Tirsi


Pedro Castro, Luis Marques - oboés
Pedro Couto Soares, Olavo Barros - traversos
Paulo Guerreiro, Tracy Nabais - trompas

Denys Stetsenko, Raquel Cravino - violinos
Lúcio Studer - violeta
Ana Raquel Pinheiro - violoncelo
Sofia Diniz - viola da gamba
Duncan Fox - contrabaixo
Flávia Almeida Castro - cravo



NOTAS SOBRE A OBRA

"Uma cantata dramática, normalmente celebratória ou eulogística, para dois ou mais cantores com orquestra". Esta definição sucinta esclarece já algumas das características deste género musical. Deve-se acrescentar que à ópera elas vão buscar os textos e temas profanos e à oratória a estrutura em duas partes. Os textos são mais alegóricos sem um verdadeiro enredo do que normalmente seria de esperar numa ópera. Além disso, o texto é muitas vezes alusivo a um personagem ou acontecimento à qual é dedicada a obra. Os libretistas e compositores destas obras eram geralmente locais, muitas vezes por questões de conveniência, pois quando era necessário celebrar um nascimento ou uma vitória militar, o tempo de preparação era limitado.

É interessante reflectir também na imagem romântica que existia no período sobre o significado de uma serenata. Há o exemplo ópera "Cosi fan tutte" de W.A. Mozart que se passa em Nápoles do sec. XVII e onde um dos dois jovens amantes comenta que, se ganhasse uma determinada quantia de dinheiro, iria com certeza dedicar uma sumptuosa serenata à sua amada.

A visão romântica do apaixonado que executa uma serenata à janela da sua diva, passa pelo burguês rico que contrata músicos para o acompanhar, até chegar ao membro da família real que encomenda uma obra a um compositor importante da sua confiança para ser realizada no aniversário de um familiar, sem deixar de servir bebidas no intervalo.

Ao observar à vista desarmada o que nos chegou até hoje da obra de J.S. Carvalho (1745-c1800), não se pode deixar de notar a quantidade de serenatas existentes. Ao todo estão catalogadas 10 destas obras ao lado de 5 óperas, 7 missas e 1 oratória. As últimas investigações sobre o compositor vieram atribuir a maior parte da sua música sacra a João de Sousa Vasconcelos, o que nos deixa a composição de serenatas como a principal actividade deste músico tão querido da família real e da corte da sua época.

Fruto da investigação e do trabalho de tese mestrado do oboísta Pedro Castro, este projecto pioneiro no nosso meio, pretende fazer fruir de uma forma historicamente informada um repertório inédito de um dos compositores portugueses mais importantes do sec. XVIII. Trata-se da serenata L'angelica composta por João de Sousa Carvalho. Este tipo de composição consiste num tipo de ópera de dimensões reduzidas originalmente executada sem encenação.

Havendo registo de mais de 80 destas obras realizadas por todo o sec. XVIII, 35 das quais no último quartel, torna-se evidente a importância desta tradição nacional que não se reflecte ainda nas salas de concerto actuais. A realidade é que nenhuma das serenatas deste compositor e seus contemporâneos foi ainda executada, editada ou gravada nos nossos dias, fazendo deste programa uma oportunidade singular de fruição do nosso património cultural.

Este projecto teve o apoio da Escola Superior de Música de Lisboa e é organizado pela Capella Mundi Associação Cultural, estrutura apoiada pela Dgartes/Ministério da Cultura.







Concerto Campestre - grupo de musica antiga

Com o nome inspirado no famoso quadro de Giorgone, o Concerto Campestre é um grupo de música de câmara que se dedica à interpretação de música europeia desde o renascimento ao período barroco, também chamada "musica antiga". É constituído por jovens profissionais especialistas nos instrumentos da época, tais como cravo, oboé barroco, viola da gamba e violoncelo barroco. Os seus elementos são formados nas principais escolas europeias e trabalham em vários grupos da especialidade, tais como Ricercar Consort, Al Ayre Español, Les Talens Liryques e Divino Sospiro.

O grupo está sediado em Lisboa e tem a direcção artística de Pedro Castro. A sua constituição é versátil, tendo sido já realizados projectos com um trio de câmara até um conjunto orquestral com vários cantores na apresentação de repertório operático. Apresentou-se na Festa da Música no CCB, nos Encontros de Música Antiga de Loulé, no átrio do Museu Gulbenkian, na "Festa no Chiado", nas "Festas de Lisboa" e nos Encontros de Música Antiga de Tomar, no Festival Terras sem Sombra, nos Festivais de Outono em Aveiro, no Festival de Alcobaça e na Primavera Musical em Castelo Branco.

Em colaboração com o Quarteto Arabesco apresentou a estreia moderna da Serenata "L'Angelica" de João de Sousa Carvalho em Outubro de 2009. A pesquisa e execução do repertório lírico inédito do nosso património é uma das actuais prioridades do agrupamento que contará em breve com uma parceria com Estúdio de Ópera e Teatro Musical da ESML.





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